A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta sexta-feira (14), um pedido de revogação da prisão preventiva do Padre Egídio de Carvalho Neto, decretada no âmbito da Operação Indignus.
Egídio de Carvalho foi preso preventivamente em 17 novembro de 2023, na segunda fase da Operação Indignus, acusado de ser líder de uma organização criminosa que teria desviado R$ 140 milhões em verbas que destinadas ao Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Em abril do ano passado, conseguiu a o benefício da prisão domiciliar, após passar mal e ser internado no hospital. Ele tenta desde então responder em liberdade.
O que pediu a defesa de Egídio
Depois de recursos negados no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a defesa de Egídio tentou recurso no STF, alegando nulidades processuais.
Um dos argumentos é que não houve a devida intimação para apresentação de contrarrazões no Recurso em Sentido Estrito e que a prisão preventiva carecia de fundamentação adequada.
STF nega recurso
No entanto, Cármen Lúcia entendeu que a decisão do TJPB e do STJ foi devidamente embasada na necessidade de garantir a ordem pública e evitar a reiteração criminosa.
“Pelo demonstrado nestes autos, a prisão preventiva justifica-se em razão da periculosidade do recorrente, consideradas a gravidade concreta da conduta imputada e a necessidade de desarticular a organização criminosa, que seria por ele comandada, evitando-se, assim, a possibilidade de reiteração delitiva”, decidiu a ministra.
Com a decisão do STF, Egídio de Carvalho Neto permanecerá preso preventivamente, enquanto as investigações e o processo criminal seguem em curso.
Acusações contra Egídio
Egídio é apontado como líder de uma organização criminosa que teria desviado R$ 140 milhões de reais destinados a instituições como o Instituto São José, mantenedor do Hospital Padre Zé, e a Ação Social Arquidiocesana da Paraíba.
As investigações indicam que os valores, provenientes de convênios com a Prefeitura de João Pessoa e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano e que seriam destinados à prestação de serviços públicos e sociais, foram utilizados para aquisição de bens de luxo, incluindo imóveis de alto padrão, veículos e obras de arte.
Além disso, ele teria subtraído 670 produtos doados pela Receita Federal ao hospital, incluindo iPhones, que deveriam ser leiloados em benefício da entidade.
Padre Egídio deixou a direção do Hospital Padre Zé em outubro de 2023, logo após a denúncia de furto de 100 celulares doados pela Receita Federal, que seriam vendidos em um bazar para arrecadar recursos para o hospital. Após a revelação do esquema, ele foi afastado de todas as funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba.
CARIRI IN FOCO
Com Jornal da Paraíba