Assim caminha o Brasil. A estrela na CPI dos atos golpistas foi um criminoso confesso, o hacker e estelionatário Walter Delgatti. Aliás, tem sido essa a linha da defesa de Bolsonaro: a tentativa de desqualificação do depoente.

Mas o que seria defesa também é confissão indecorosa. Por que o então presidente Jair Bolsonaro recebeu em pessoa e conversou com um bandido de extensa ficha criminal? O mesmo que quebrou o sigilo de conversas de procuradores da República e detonou a Lava Jato. O mesmo cuja ação devolveu Lula ao páreo.

Mais do que receber., o então presidente encaminhou o condenado para o Ministério da Defesa, com o propósito de provar vulnerabilidade do sistema eleitoral,, obsessão do capitão. Esses fatos o próprio Bolsonaro admite.

Delgatti ainda insinuou suposta armação contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em troca de indulto presidencial, e ainda denunciou pagamentos da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Tudo isso precisa ser investigado com total rigor e acompanhado de provas, se existirem. Se for provado, fica claro que Bolsonaro e companhia transformaram o Palácio do Planalto em manicômio.

E uma grande ironia digna de House Of Cards; o hacker que tirou um ex-presidente da cadeia pode botar outro na prisão. Com a imensa colaboração do próprio Bolsonaro.